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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Reflexão: escultores do futuro

Você, eu, nós... Podemos modelar pelo computador, como se estivesse- mos manualmente esculpindo em massa de modelar. É um software muito fácil de criar coisas fantásticas. Depois, se quiser imprime-se a peça real em impressoras 3D em vários tipos de materiais.                                      
Tenho acompanhado vídeos e trabalhos de escultores digitais pela internet. De alguma forma desde criança estive ligado às artes. Sempre acompanhei de alguma maneira o desenvolvimento da arte. Vejo agora que o Brasil esta a todo vapor na arte DIGITAL: DESENHO E ESCULTURA DIGITAL 3D E IMPRESSORA DIGITAL 3D. O que vocês acham disso?Vocês acreditam que essa profissão de escultor profissional (manual) em argilas, está com os dias contados? Assim como num passado recente foi à profissão de datilografo e escolas de datilografias que se extinguiram. Todas as escolas que sobreviveram passaram para digitação e programação em computadores e impressão gráfica.     

sábado, 1 de outubro de 2016

CRÔNICA SOBRE TRILHOS

Durante esses 7 meses morando em São Paulo, uma das experiências mais interessantes para mim foi aprender a usar transporte público.
Isso pode parecer estranho aos ouvidos de quem já está habituado a esta realidade, mas para quem nasceu e viveu 20 anos de sua vida em uma cidade onde tudo “é logo ali” – como dizem os mineiros – a experiência é ao mesmo tempo curiosa e desafiadora.
Ao longo destes meses, os trajetos de metrô e trem sempre prenderam muito minha atenção. Fui anotando tudo o que observava e hoje reuni minhas anotações nesta crônica.
Quando cheguei aqui, minha primeira experiência com o transporte público foi a linha 12 Safira da CPTM, por meio da qual chego até a faculdade onde estudo. As primeiras semanas tomando este trem me deixaram boquiaberta. Olhando pelo vidro, notava que a paisagem se modificava muito repentinamente. Em primeiro plano, via residências caindo aos pedaços no meio de muito lixo e esgoto a céu aberto. Em segundo plano, mais ao horizonte, observava grandes prédios em todo seu esplendor. Os reflexos da desigualdade social jamais tinham se materializado na minha frente de maneira tão escancarada até então.
Desembarcando na estação USP Leste, outra cena me chocava. Era a situação com que chegava o trem do sentido oposto. Com pessoas todas esmagadas dentro do vagão, via os funcionários da CPTM empurrando as pessoas da porta para conseguir caber todo mundo dentro daquela lata sufocadora. Chega a ser desumano. Dava graças a Deus por não pegar aquele fluxo.
Até que chegou o dia de experimentar esta aventura que é pegar metrô na hora de pico.
A melhor analogia que consigo fazer para ilustrar este evento é a de uma apresentação de rodeio. As pessoas que aguardam na plataforma, assim como touros enraivecidos, entram no vagão em fúria empurrando tudo e todos tão logo as portas se abrem. É preciso sempre muita paciência nessas horas, pois é comum ter alguém pisando ou esbarrando em você. E, se você for mulher, sempre vai ter o medo de um tarado encostar atrás de você com más intenções. Mas com o tempo você descobre quais as estações mais propícias a acontecer esse tipo de coisa, o que te permite ir se preparando no caminho.
Também descobri aqui que a felicidade pode assumir a forma de um metrô se aproximando vazio na hora do rush. Mas é bom ficar esperto nessas horas, porque novamente as pessoas avançam para dentro como touros enlouquecidos.
É interessante como dentro de um vagão de trem tanta coisa acontece. Sempre fico observando os vendedores ambulantes andando de um lado a outro vendendo suas mercadorias. Às vezes eles te incomodam, principalmente quando o trem está lotado; mas às vezes te salvam (quando você está com aquela sede e eles passam vendendo água a um real, ou quando seu fone de ouvido estragou e eles te vendem um por dez reais).
E quem não vai notar as frases clássicas dessas figuras? “Chamou com um real, leva dois” e “mais alguém, alguém mais?” são suas marcas registradas. E alguns desses vendedores são tão bons que te ganham no senso de humor. Vale tudo para tirar uma graninha para sobreviver.
Às vezes você é até surpreendido com um showzinho ao vivo dentro do vagão, o que te permite relaxar um pouco a tensão que você nem tinha percebido, mas que estava lá pesando os seus ombros. E durante os minutos viajando sobre os trilhos pode até rolar uma paquera, aquela troca de olhares recíproca e mal intencionada – no bom sentido – que vai ser interrompida logo que ambos descerem do trem.
Quando você faz parte dessa realidade, você aprende algumas pequenas lições também, como se manter à direita na escada rolante, muito embora algumas pessoas desconheçam esta regra e empaquem o caminho de quem quer se adiantar pela esquerda.
Enfim, estas são só algumas experiências do cotidiano que nem sempre são percebidas pelas pessoas que freqüentam estes ambientes. Escrevo a partir dos olhos de alguém que nem imaginava a existência de um mundo tão diferente, tão plural, tão dinâmico. Escrevo principalmente para eternizar essas sensações. Porque sei que um dia tudo isso não vai passar de simples banalidades que com o tempo perderão o encanto


- Grasielle Emilio,